sábado, 23 de abril de 2011

Entrevista do Robert para o "USA Today"

Pattinson: Longe do Crepúsculo
Existem leões e tigres, e lá também está o Bear de Robert Pattinson.


Bebericando um café com leite em uma ensolarada manhã no hotel Four Season, Pattinson descreve a sua tentativa de adestrar o seu pequeno cãozinho; ele recentemente adotou um cachorro em um abrigo de Lousiana. “Ele se chama Bear,” diz Pattinson, enfático.




“Eu estava tentando treiná-lo para só fazer as necessidades na sacada do quarto de hotel,” diz ele. “Estava ventando muito em Vancouver, a porta bateu na cara dele, e eu ficava ‘Nããããao’.” Diz Pattinson com um suspiro: antes de Bear ser adotado, o pequeno cachorro foi encontrado na lata do lixo do lado de fora de um bar e teve que correr de um lobo e uma gaivota em Vancouver. “Ele tem uma fobia de portas.”


Vestido em uma camisa aberta e jeans, sem ter as fãs histéricas, paparazzis, agentes e responsáveis de estúdio, Pattinson se livra de seu lado mais tímido a tempo de iniciar um “insuportavelmente irritante” jogo de Words With Friends. É apenas quando fica frente as câmeras que ele diminui essa atitude sensivelmente, adotando um sorriso no canto da boca. Mas com apenas duas pessoas na sala,a  conversa com Pattinson, 24 anos, segue como se fosse um algodão doce, enquanto ele discute sobre se livrar de sua marca registrada como um vampiro  e trocar pelo mundo circense dos anos 30 de Água para Elefantes, um filme que ele diz que é “definitivamente maior” do que qualquer outra coisa que ele já fez fora do mundo de Crepúsculo.


Em Água para Elefantes, que chega aos cinemas nos EUA nesta sexta feira, que é baseado no bestseller de Sara Gruen, Pattinson interpreta Jacob, um estudante de veterinária que abandona seus estudo e pula no trem do Circo dos Irmãos Benzini. Rapidamente Jacob se apaixona por Marlena (Reese Witherspoon) que esta trancafiada em um casamento com o dono do circo (Christoph Waltz).


Culpe todo poder de persuação e de vendas do filme na gigante e gentil Tai.


 Cowboys e Trens


O director Francis Lawrence(Eu sou a Lenda), disse que foi o amor pelos animais que convenceu Pattinson a pegar o roteiro.


“A primeira vez que eu o vi (Lawrence), nós fomos conhecer a Tai no lugar onde ela ficava,” diz Pattinson sobre a elefanta de 42 anos que interpreta Rosie, a estrela principal do circo dos Irmãos Benzini. Tai mostrou alguns truques que inicialmente seriam feitos apenas por uma elefante digital no filme.


Já apaixonado, Pattinson leu o roteiro na volta para casa. E também, “Eu sempre quis fazer um filme sobre os anos 30 da América,” diz ele. “Essa é meio que a minha idéia do que a América realmente era, aquela época, provavelmente a melhor período da América. Você era uma espécie de cowboy, mas tinha uma energia tremenda. O futuro estava sendo criado.”


O triângulo amoroso estava completo: Pattinson, Witherspoon e Waltz seguiram para Piru, Califórnia, onde no deserto estavam sendo construída a tenda circense,  os trens à vapor, centenas de figurantes, figurinos cheios de lantejoulas, astros de circo e animais. “Existia algo sobre a aspereza disso tudo, algo que eu nunca tinha feito antes,” diz Pattinson.


Lawrence viu de imediato a química entre Pattinson e Witherspoon. “Eu acho que ele nunca esteve tão charmoso como ele esta neste filme,” diz ele. “Eu acho que ele realmente se sentiu como um protagonista.”


O longa irá colocar um novo e revigorado Pattinson no meio de dois ganhadores do Oscar (Witherspoon em 2005 por Johnny e June e Waltz por Bastardos Inglórios de 2009) e mais uma lista de 600 animais. “Eu tenho certeza de que o Rob ficou um pouco inseguro sobre algumas cenas com Christoph e Reese, mas ele nunca demonstrou,” diz Lawrence. “Eu acho que ele assistia, aprendia e escutava a tudo.”


Mas no set também haviam as suas distrações. Em alghumas vezes, Witherspoon levava os seus filhos ao set de filmagem – que mais parecia um zoológico – e ela ri ao relembrar como Tai seguia Pattinson “como se fosse a melhor amiga do homem – a diferença é que ela pesa quase 4 toneladas!” Pattinson relembra os dias “insanos”, incluindo o dia em que o roteiro exigia que Waltz ensinasse Pattinson a alimentar um faminto leão com mãos nuas. Pattinson abria a jaula, e o leão se voltava contra ele. “Nós fizemos o primeiro ‘take’, e o leão arrancou o braço (prótese) e não queria devolver por nada,” diz Pattinson. “Ele nem se preocupava mais com a carne. Ele só queria o braço de mentira. Eu fiquei muito assustado.”


“Tanto Rob quanto Christoph não precisaram levar o termo “não é necessário atuar” não cenas com o leão,” diz Lawrence aos risos. “Você não precisa fingir que esta com medo quando você tem um leão ao seu lado.”


Muito mais assustador foi a cena na qual Pattinson é derrubado por um cavalo. “Aquilo foi assustador,” diz o ator, que admite ter medo de cavalos.


No longa, o nome de Pattinson recebe o mesmo tratamento que Witherspoon e Waltz, um indicativo de seu sucesso perante os estúdios cinematográficos.


Mas mesmo assim essa não é a primeira vez que Pattinson trabalhou com Witherspoon; sete anos atrás (podemos considerar que dentro do mundo pop cultural, isso já é tempo demais), Pattinson era um desconhecido rosto do Reino Unido que conseguiu um papel como er… filho de Witherspoon em Feira das Vaidades em 2004. Sua cena acabou sendo cortada na sala de edição.


Pattinson mostra que foi muito mais longe do que tudo isso. “Era um mundo bem diferente, pra mim, especialmente,” diz ele. “Eu realmente consegui o papel por acidente. Eu consegui um agente, e uma semana depois já tinha conseguido o papel.”


“Ele era muito jovem, tipo uns 17 ou 18 anos,” diz Witherspoon, que hoje o descreve como “muito quieto e introvertido” e desinteressado na fama.


Com a Saga Crepúsculo chegando ao fim com os dois últimos filmes AmanhecerParte 1 e 2 (baseados no último livro de Stephenie Meyer), a pergunta que permanece é que será que o público irá pagar para ver Pattinson interpretando alguém que não seja o vampiro Edward Cullen.


Lawrence admite que sabe que a maioria das pessoas conhecem Pattinson pelo Edward. “Ele definitivamente tem muito mais a oferecer do que aquilo que ele interpreta com aquele papel,” diz ele. Mas “quando você tem uma série tão grande como aquela, que se torna tão popular e os personagens se tornam tão icônicos … é um truque conseguir sair daquele mundo.”


Especialmente quando estes filmes continuam a render muito dinheiro. Os filmes da Saga Crepúsculo, incluindo Lua Nova e Eclipse, fizeram mais mais de US$ 1.8 bilhões no mundo inteiro. Nos seus meses de folga, Pattinson começou a expandir o seu currículo, primeiro no ano passado com o drama romântico Lembranças.


“Água para Elefantes será um veículo muito melhor para Robert Pattinson do que foi Lembranças, que podemos considerar que foi um fracasso na bilheteria,” fazendo meros US$ 19 milhões nos Estados Unidos. É isso que diz o analista do BOX Office Mojo Brandon Gray. (Eclipse fez mais de US$ 300 milhões  somente nos Estados Unidos). “Este será um bom teste para analisarmos a garantia de retorno financeiro de Robert Pattinson.”


Mas o ator não esta imune as críticas. “Eu sempre vejo as coisas da seguinte forma: ‘Ele consegue atuar ou não?’,” diz ele. “Algo como, ‘Eu não sou o Edward. O que você acha que eu estou fazendo aqui?’ ” Ele cai na gargalhada e complementa. “Então (quando chega um novo papel), todo mundo fica ‘Isso é bem diferente!’”




O Anoitecer de ‘Amanhecer’


Ele acabou de filmar os últimos dois capítulos de Amanhecer. “É uma verdadeira loucura,” diz ele. “Existem alguns dias no set que você ficava se perguntando: ‘Como isso vai ser um filme para 12 anos?’” diz ele aos risos. “O filme inteiro mais parece um filme de terror.”


Summit Entertainment irá lançar Amanhecer – Parte 1 em Novembro deste ano, mas a Parte 2 somente será vista pelos fãs em Novembro de 2012. O que significa que não importa quais sejam os outros projetos que Pattinson tenha pela frente, os fãs e o furor que o perseguem somente irão diminuir (muito precariamente) no inicio de 2013.


Será que ele participaria de uma outra franquia? “Somente se eu pudesse ter voz ativa na produção dele,” responde, notando a famosa mentalidade da franquia, de que “em time que esta ganhando, não se mexe”.


O grande foco esta no relacionamento de Pattinson com a namorada e co-star em Crepúsculo, Kristen Stewart, 21 anos. “Eu faço o meu melhor para evitar tudo isso e não vejo nada e nem digo nada estúpido nas entrevistas, mas pelo visto isso não importa,” diz ele sobre os rumores e as manchetes sobre os dois. Mas a sua co-star de Água para Elefantes diz que a vida dele é muito mais normal do que parece. “Ele é exatamente como um rapaz de 24 anos que tem uma namorada e esta aproveitando tudo o que acontece com ele e com seus amigo.” diz Witherspoon.


É difícil convencer os fãs disso: quando os paparazzi flagraram Pattinson beijando Stewart na semana passada, logo depois da premiere de Água para Elefantes, a blogesfera explodiu. “Eu não gosto disso,”diz Pattinson; a atenção desmedida fez com ele que largasse sua casa em Los Angeles e decidisse morar em hotéis. “Isso não é parte do meu trabalho. É embaraçoso, as pessoas usam a sua vida como forma de entretenimento.”


“Se as pessoas usam a sua vida como entretenimento e eles conseguem encher as revistas com isso, eles nunca irão assistir aos seus filmes.”


Além de responder a pergunta, ele desabafa sobre seus pais. “Eles sempre acham que eu estou constantemente depressivo porque eu não comento isso com ninguém. Então eles acham que (ser famoso) é a pior experiência do mundo. Eles são engraçados. Nas poucas vezes que eu reclamei sobre isso eles diziam, ‘Bom, então caia fora. Porque você ainda fala sobre isso se você odeia tanto?’” A culpada disso tudo é a sua explosiva carreira.


“As vezes você tem que lembrar, antes de tudo, o porque você esta fazendo isso – o que é difícil algumas vezes,” diz ele, quando fala sobre seus novos projetos, Cosmópolis com Paul Giamatti que “será diferente de tudo que eu já fiz até hoje” e o drama de época Bel Ami, que ainda não tem data de lançamento.


E como o circo, aliado com um pouco de tecnologia, tem que seguir em frente.


“ A única vez que eu sigo pro Twitter é quando estou em um restaurante ou algo assim, um pouco antes de eu sair, para ver se tem alguém esperando do lado de fora. Isso te faz parecer um perdedor, especialmente quando alguém te chama, ‘Hey, você quer ir jantar nesse lugar?’ e eu respondo, ‘Não pode ser neste outro restaurante? Lá eles tem três saídas.”

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